[T] Praticando a arte

Houve um breve período de descanso, após o intenso treinamento prévio com o velho sábio. Eu havia terminado meus deveres como shinobi e estava pronto para continuar meu treinamento; me deslocando até a residência do mesmo, eu seria recebido de braços abertos. Simplesmente para o homem me arremessar na direção de seu dojo que já parecia estar pronto e limpo para a minha chegada. Passadas algumas horas, o homem me instruía a golpear diversas vezes um boneco de madeira Wing Chu que se encontrava no canto do recinto. Eu era pouco experiente com este tipo de treinamento e por isso eu acabava por deixar meus braços e ombros doloridos devido a falta de movimentação e posicionamento durante os golpes. Contudo, para corrigir este erro eu deveria seguir um antigo ditado que dizia que a prática levava a perfeição.

Eu passava semanas golpeando o boneco de madeira e a cada lesão eu sentia meu corpo mais acostumado com a dor envolvida no processo. Meus movimentos pareciam fluir igualmente conforme eu gerava vários padrões de ataque, coisa na qual eu não conseguia fazer antes do treinamento. Passado um certo tempo o velho professor me instruía a passar por um novo tipo de treinamento que envolvia treinar com um estranho boneco que a primeira vista parecia ser somente um pedaço de madeira para treinar golpes. Após eu tentar golpear o boneco, o mesmo passou a repetir meu golpe a ponto de me fazer cair ao chão com facilidade. Tanto sua velocidade quanto sua força eram praticamente idênticos aos meus, sendo notável que eu deveria superar as capacidades físicas de um boneco de madeira para vencer.

Passaram-se alguns dias e pouco progresso havia sido feito e embate após embate eu era sempre derrotado pelo boneco que parecia não sofrer muito dano em suas trocas de golpes com minha pessoa, por isso eu havia resolvido utilizar minha força e velocidade ao máximo para poder superar a estrutura de madeira do boneco que sucumbia após vários golpes trocados, terminando também com meu corpo cheio de hematomas devido ao combate.

Como de costume, mais uns dias se passavam enquanto eu me recuperava dos ferimentos causados pelo intenso treinamento. Contudo, não havia acabado a rotina e por tal o velho professor me fazia golpear de forma constante utilizando os dois braços, uma espécie de placa de metal que parecia doer muito mais que um simples tronco de madeira. Era fato que eu machucava minha mãos ao ponto de formar sangue e hematomas nos punhos pela aparente falta de forma. Parando no treino de forma breve enquanto descansava, eu tinha vislumbre de uma ideia para praticar melhor minha forma de golpear contra a placa que envolvia simplesmente adicionar chutes constantes ao objeto num movimento lateral e com esta ideia eu seguia meu treino improvisado.

Eu nunca fui um homem de pensar em padrões de movimentos durante um combate, mas quando, durante o treinamento, eu havia finalmente amassado a placa metálica com um chute lateral e vários golpes direcionados na mesma posição, eu havia percebido que havia muito mais no combate do que acertar seu inimigo aleatoriamente. Eu poderia sentir meu corpo mais acostumado com a dor de embates físicos severos e meu estilo de combate mais apurado ao ponto em que eu poderia me sentir mais confiante nas proximidades de um inimigo e partindo da casa do velho mestre, eu retornava para a vila.

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