Quando foi que as nuvens ficaram tão profundamente próximas de mim? Perguntei-me aquilo enquanto alcançava o topo de uma montanha, um campo de treinamento enorme se prolongava por ali. Ainda que eu nutrisse ótimos sentimentos pela aldeia, mal conseguia me focar em meus estudos quando estava por lá, portanto, subi uma das montanhas mais altas do vilarejo, cheia de livros na bolsa - uma mochila de pano improvisada que carreguei em minhas costas. Assim que alcancei o topo, porém, minha cabeça doeu como se fosse esmagada por um alicate, sendo pressionada nas laterais. Cambaleei, o desfiladeiro ficou tão próximo que senti o meu coração parando aceitando a morte, porém consegui me recolocar ereta, firme e dei passos apressados para frente, evitando uma morte trágica - e estúpida.

Ali em cima não havia nenhum ruído além do uivar dos ventos, estes que eram gélidos pelas nuvens carregados de umidade invernal. Em instantes os meus óculos ficaram embaçados e fiquei contente em ser míope, do contrário ficaria impossível permanecer ali em cima com o objetivo que eu tinha: ler o máximo de conteúdos possíveis sobre ilusões. Sentei-me em posição de lótus, assim como fazia para meditar - uma prática que eu adorava adotar em dias ociosos -, retirei os óculos embaçados e coloquei a bolsa no colo, removendo um livro de quinhentas páginas chamado A Arte do Genjutsu. Conhecimento, do modo que for, é, de fato, a maior arma de um ninja. A leitura começava leve, termos simples sobre o desenvolvimento do chakra e a projeção dele contra outro ser. Quando na academia eu pedia mais ensinamentos de ilusões, porém, respondiam-me apenas com desdenhosos olhares dizendo que tudo o que eu precisava compreender era como anulá-las.

Curiosamente a leitura foi se tornando mais densa, mas não menos fluída. Atravessei as cem páginas em instantes, muito provavelmente pela minha adoração a leitura, alcançando duzentas e cinquenta em menos de duas horas. A ideia das ilusões era simples - e eu sabia disso, mas aquela leitura me intensificou ainda mais este saber. Projetar a própria energia espiritual e criar uma desordem em outro fluxo era como mover uma repressa, como alterá-la com a força bruta. Não era uma simples prática, mas sim uma poderosa habilidade que poucos se arriscavam a dominar verdadeiramente; e eu, uma garotinha qualquer, sempre adorei a ideia de ser capaz. Talvez fosse pelas minhas terríveis notas em outras áreas, mas eu sempre achei maravilhosa a ideia de mexer com a cabeça das pessoas e assim trazer a vitória a mim - porém quando pensei nisso, a minha cabeça é que doeu.

Três horas. Não mais, nem menos. Três horas foram necessárias para que eu terminasse a leitura de meu livro e, por fim, senti que havia aprendido muito mais. O reino das ilusões era difícil de acessar, mas poderoso o suficiente para matar uma pessoa por dentro, devastando-a psicologicamente. Seria o suficiente também para eu me tornar forte? Torcia para que sim.

Considerações.:

Mashiro; HP: 200 CH: 275.
 

Bocejei e me deitei observando o céu, mas como estava sem óculos mal conseguia distinguir um pássaro de apenas um problema típico de pessoas míopes. Suspirei e fiz uma sutil massagem nas minhas têmporas, tentando aliviar aquela terrível dor que me acometia. Como de costume, não adiantou muita coisa. A dor quase não abaixou de intensidade, porém era o suficiente para que eu voltasse aos meus estudos, contudo não era mais sobre ilusões que eu queria aprender e sim sobre racicionío lógico e construção de armadilhas - para isso tomei três livros. Meu primeiro livro da série era a respeito de um jogo de tabuleiro muito famoso que se baseava em campos militares, ali eu sabia que poderia desenvolver mais as minhas ideias estratégicas.

A linha de frente era sempre a primeira a ser derrubada, li. Era interessante como isso se refletia nos tempos modernos onde os primeiros pelotões eram meros peões, de fato, assim como no jogo. Havia, porém, muita utilidade naquelas peças se usadas da maneira certa - e foi aí que encontrei diversas estratégias complexas sobre a verdadeira promoção de um peão. Se eles eram usados como meras iscas, por que não dar a impressão oposta? Colocar peças vulgarmente importantes para frente, movendo-as como se abrisse rombos na defesa poderia ser uma jogada curiosa. Ali estava escrito que jogadas assim eram suicidas, mas tinha altas chances de encontrar uma vitória pela promoção sequencial de peões. O livro, porém, não era muito longo. Ele tinha menos de duzentas páginas e isso eu devorei em torno de uma hora e meia - culpa do linguajar técnico que detesto.

Meu segundo livro era um pouco maior, trezentas e setenta e cinco páginas. A leitura ainda mais complexa, tratava-se de estratégias de dominância. Ensinava a se comportar como um verdadeiro príncipe e como ser um exímio governante. Eu nunca tive a menor intenção de me tornar, por exemplo, uma raikage, mas se esperava uma chance de me tornar mais do que uma reles genin seria preciso também saber liderar. Subornos, dominância por conhecimento, falsa ajuda, simpatia. Manobras sociais incrivelmente úteis, todas em uma lida apenas. A noite foi se aproximando e eu continuei lendo, de dentro de minha bolsa puxei uma espécie de vela fechada para evitar o vento e acendi, iluminando o meu redor e terminando o segundo livro em mais alguns minutos.

Finalmente cheguei ao terceiro livro, mas minha cabeça voltou a doer profundamente. Por um breve instante pareceu que nada mais fazia sentido, me desencontrei, não sabia onde realmente estava. Ergui-me um pouco assustada, olhei em volta e apertei os meus braços estremecendo pelo frio e, quando a minha cabeça doeu mais forte ainda, lembrei-me que estava ali para estudar; o que, talvez, fosse tarde ao ver o menor livro dos três rolando pelo chão em direção a queda eminente. Corri, não que eu fosse muito rápida, e lancei uma kunai, amarrada em cabos de aço, de modo que com um puxão eu alcancei ainda mais depressa o livro, pegando-o muito antes de cair. Sorri, animada com aquilo e percebi que meu pensamento estava mais rápido, mais perspicaz.

Não havia mais tempo de estudar, conclui. Andei e recolhi as minhas coisas, não descartei a minha arma básica ou mesmo os fios, mas levei bons minutos enrolando-o outra vez. Entretanto, fui embora logo em seguida.

Considerações.:

Mashiro; HP: 200 CH: 275. VEL: 2.

Minha mente estava afiada, ou seja, a minha alma estava preenchida com tudo o que era possível. Havia avançado profundamente em meus estudos e, agora, até mesmo dominava uma técnica nova. Tratava-se, porém, de uma ilusão. Ah, as doces capacidades do chakra. Criar ilusões eram fáceis para mim, mas eu também conhecia as fraquezas de tais técnicas e, portanto, eu sabia que precisava tornar-me ainda mais forte; pensava sobre esses dilemas enquanto avançava esforçando o meu corpo até as montanhas, enfrentando o clima por entre as nuvens. Sabia muito bem que todo o reino espiritual das conjurações de habilidades era fruto de uma resistência física e mental avantajada, portanto prometi, silenciosamente, que tomaria tal capacidade para mim. Mesmo que isso me levasse ao quase óbito, não importava.

Conhecia as minhas capacidades físicas e podia confirmar, para qualquer um que me perguntasse, que eu era uma fracote. Em todos os quesitos físicos, exceto, talvez, quando o assunto era velocidade. Movia o meu corpo com alguma facilidade e era mais veloz do que algumas kunoichis que estudaram ao meu lado, porém ainda não era nada fantástico. Meus músculos, em contraparte, acentuando ainda mais a minha afirmativa, eram inúteis. Eu era completamente fraca, podendo facilmente ser quebrada em combate. Entretanto, naquele fim de tarde, eu avancei pelas montanhas correndo calorosamente, forçando os braços em escaladas e saltando cada vez mais para aumentar os meus limites, a minha stamina. Insisti nisso por longos minutos, notei que provavelmente, em uma fuga ou busca, eu teria tempo o suficiente para sobreviver, pois foram minutos realmente prolongados, mas ainda não me era suficiente.

Aos poucos fui percebendo as dores musculares chegando. Se eu continuasse naquele mesmo ritmo, saltitando por entre as montanhas e as nuvens, acabaria mais do que em quase óbito; eu realmente morreria. A energia se focalizou às solas de meus pés, sabiamente fiz aquilo para não cair. Prendi-me ao sólido, respirei fundo e diminui o ritmo. Andei em passos curtos, lentos, porém não menos precisos e focados, pois não podia anular a presença do chakra um instante sequer, do contrário, cairia metros e mais metros até os braços de Hades. Aquilo, entretanto, acabou também servindo como uma prática para minha resistência. Manipular o próprio chakra pode ser exaustivo para muitos ninjas. Principalmente quando é necessário tamanha concentração. Até mesmo para mim, uma esperta kunoichi com notas excelentes em todas as matérias teóricas, era difícil controlar aquilo debaixo dos pés e ainda se concentrar nos arredores com perfeição - quando tentava, a energia parecia se enfraquecer pelo meu cansaço e eu me obrigava a reforçar outra vez.

Quando alcancei o topo da montanha, puxei fundo o ar e soltei lentamente. Estava exausta fisicamente, pois havia me desgastado ao máximo. Contudo, ainda não havia encerrado nada. Agora sim, depois de estar quase batendo as botas, que o treinamento iria começar. Apliei as ondas de chakra em meus pés e comecei a correr, ultrapassando os limites que até então existiam em mim. Avancei e dei voltas por toda a circunferência daquele campo de treinamento, respirando profundamente e soltando o ar pela boca, inflando os pulmões a cada instante, engolindo a dor muscular, forçando as pernas mesmo com as panturrilhas insistindo em se paralisarem.

Percebi que meu corpo aos poucos foi aceitando, resistindo. Estava, finalmente, avançada no que eu pretendia. Estava, finalmente, com mais capacidades físicas.

Considerações.:

Mashiro; HP: 200 CH: 275. VEL: 2.

Ki Nobori no Shugyō
Rank: E
Descrição: Ki Nobori no Shugyō é um método de treinamento utilizado para obter mais habilidades com controle de chakra. Esta formação envolve focalizar uma quantia fixa de chakra para o fundo do seus pés, e usar isso para subir em uma árvore sem utilizar as mãos. Se o fluxo de chakra é muito fraco, o usuário perderá sua posição na árvore e cair. Se ele for muito forte, o utilizador irá ser empurrada para longe da árvore, fazendo com que a árvore se quebre em torno do ponto de contacto com o utilizador.

Em meus tempos de academia eu aprendi uma lição muito importante com relação ao mundo ninja: a importância do ninjutsu. Ainda assim, nunca fui muito curiosa sobre tais caminhos do chakra. Reconhecia as minhas habilidades em compreender a funcionalidade teórica de habilidades básicas, tais como a de manipular o chakra pelos pés, mas achava-me suficiente assim àquela época. Entretanto, eu não era mais uma menininha boba. Havia crescido e aprendido muito mais sobre o mundo inteiro do que aos meus onze anos em uma academia da nuvem. Sabia que, infelizmente, apenas a prática ilusório não seria suficiente para tornar-me tão forte quanto eu gostaria. Curiosamente, em meio a diversos estudos, conheci métodos de praticas o ninjutsu sem ser, necessariamente, uma especialista nele.

Antes de começar, alonguei o meu corpo e comi uma bala de chocolate. Era meu sabor favorito. O frio ali em cima incomodou um pouco, mas eu poderia suportar por mais alguns minutos ou horas de treinamento. Ainda mais agora, mais resistente. Em seguida, já recarregada e fora de perigos de abstinência, iniciei a primeira etapa do treinamento de ninjutsu: a transformação. Não era uma prática difícil, muitos de meus colegas haviam passado com êxito - eu tive que pedir um outro tipo de exame, mas sabia como funcionava àquele tempo. Sabia muito bem, porém, que precisava de foco na hora de imitar a imagem de algo ou alguém. Odiava mudar a minha beleza natural, mas era necessário. Lembrei-me de minha instrutora de conhecimentos kunoichis, ela era capaz de manipular flores e, além do mais, tinha uma incrível beleza com seios mais fartos do que os meus naquela idade. Sempre a admirei, porém, por seus conhecimentos sobre tudo.

Talvez fosse mais fácil vê-la pessoalmente, pensei e desisti da ideia em seguida. Eu nem mesmo sabia se ela ainda estava viva, guerras e missões levam shinobis e kunoichis a qualquer momento, afinal. Fechei os olhos e foquei-me, a imagem dela voltou-me com força. Senti a energia fluindo por todo o meu corpo, lembrei-me das explicações sobre como balancear os custos e a energia por si só. Apliquei os conhecimentos que tinha e, por fim, finalizei os selos necessários para aquela habilidades tão simplória. Transformei-me, por fim, na instrutora. Olhei para baixo, os seios estavam iguais, julguei-me assim correta na técnica. Entretanto, não era apenas aquilo que eu precisava fazer para finalizar o treinamento. Faltava-me a última parte: réplicas.

Senti o meu corpo retornando ao estado normal, uma fumaça branca surgiu junto denunciando a finalização de tal transformação. Soube de imediato, porém, que era capaz de fazer qualquer coisa que eu quisesse, dentro de meus novos limites. Antes eu era uma inútil em ninjutsus, agora eu seria uma rapariga conhecedora de, no mínimo, as artes mais básicas. Realizei, sem nenhum pudor, os movimentos corretos de mãos para a técnica e construi, a partir de meu próprio chakra, três réplicas exatas de mim que não existiam no plano físico. Olhei-as, estavam perfeitas. Sorri satisfeita e elas sumiram. Eu estava mais forte; e disposta a sair dali.

Considerações.:

Mashiro; HP: 200 CH: 275. VEL: 2.

Henge no Jutsu
Rank: E
Selos: Cachorro, Javali e Carneiro.
Descrição: Tendo em conta tudo o ninja missões são atribuídos a - coleta de inteligência, batalha, diversões - este é um ninjutsu de valor inestimável. Ele é geralmente usado para se transformar em outras pessoas do que a si mesmo, mas um também tem a capacidade de se transformar em animais, plantas e objetos inanimados, como até mesmo armas. Isto dá esta técnica uma grande quantidade de usos. A transformação de um shinobi habilidoso será exatamente como o artigo genuíno, por isso vai ser impossível dizer os dois separados. Por outro lado, a transformação realizada por uma pessoa inexperiente terá discrepâncias óbvias. A técnica de transformação é considerada entre as mais difíceis de rank E, uma vez que requer emissão constante de chakra enquanto mentalmente manutenção da forma. Em cima disso, o usuário seria, muito provavelmente, interagindo com o ambiente. Isso coloca pressão mental sobre um ninja inexperientes.

Bunshin no Jutsu
Rank: E
Selos: Carneiro, Cobra e Tigre.
Descrição: Um ninjutsu que cria uma cópia intangível de seu próprio corpo, sem qualquer substância. Uma vez que o clone em si não tem a capacidade de ataque, e, assim, só pode ser usado para confundir o inimigo, que é usado principalmente em combinação com outros ninjutsu. É uma técnica básica, mas dependendo de uma engenho, ela pode ser utilizada de forma eficaz. Os clones se dissiparm quando entram em contato com algo.