Depois de minha atuação pífia quanto à dominação do Shurikenjutsu, decidi aprender algo que pra mim fosse mais palpável. Algo que combinasse melhor com minhas características. Lembrei que sempre fui muito capaz nas áreas científicas. Minha inteligência, inclusive, sempre foi elevada em comparação a outros Genins e estudantes de academia. Portanto, nada me pareceu mais plausível do que explorar meus pontos positivos e aproveitá-lo em algo útil. Decidido, fui à biblioteca e recolhi todo o referencial teórico possível para aprender sobre a ciência. Com aqueles conhecimentos eu tinha certeza que novas portas se abririam e eu poderia me tornar muito mais forte do que era.  
Depois de ter recolhido toda aquela pilha de livros me sentei em uma mesa e pus toda aquele monte sobre ela. Comecei lendo sobre a ciência em si, tentando entender como se dava o método científico e como me aprofundar ainda mais nela.

A leitura ficava mais complexa a medida que o tempo passava. Adentrei no mundo da ciência a partir dos livros, era o único modo que tinha para aprender alguma coisa. Comecei entendendo como funcionava o método científico. Tratava-se de uma forma de explicar os mais variados fenômenos. Podendo ser produzidos em modo controlado (laboratórios, etc) ou presenciados na natureza. A explicação dos tais fenômenos eram explicados por meio de evidências ou fatos que constatavam o porque daquilo acontecer nas situações descritas. Descobri que não existia uma ciência perfeita. Todas podiam conter falhas e variáveis trocadas que destruíam toda a base teórica criada para explicar algo. No entanto, quanto mais pesquisa houvesse, mais perto da perfeição estaria a ciência.
Dos conhecimentos científicos, os mais conhecidos eram acerca das toxinas e da medicina. Não era nada surpreendente, ainda mais àquela época onde os ninjas reinavam. Poucos tinham interesse em desenvolver uma ciência voltada a outras áreas. Eu, no entanto, tinha grande interesse por todas as áreas que tratavam da ciência. Odiava a ideia de excluir uma ou outro. Ainda sim, preferi focar nas ciências exatas. Acreditava que passar pelas áreas humanísticas não me fariam muito bem. Iniciei pela matemática, a mãe de todas as ciências.
Aprendi, lentamente, tudo sobre as operações matemáticas. Resolvi os inúmeros exercícios existentes nos livros e me aprofundei cada vez mais. Tudo aquilo durara três dias. Dentre esse tempo, vinha à biblioteca todos os dias quando esta abria e só saía quando estava a fechar. Fumei como nunca antes numa área reservada que ficava dentro da biblioteca. Reservei algum tempo também para minhas necessidades físicas.
Afundei-me na física, desta vez. Estudei tudo quanto podia sobre os fenômenos físicos, aprendendo sobre a mecânica clássica, a mecânica quântica, dentre outros. A matemática foi essencial, ajudando a esclarecer de forma mais branda tudo que acontecia no universo. Os porquês de não se conseguir empurrar uma montanha. Na física ainda conheci um assunto que chamou-me a atenção, e falava a cerca da eletrônica, em princípio, a eletricidade. Conheci a resistência, a tensão, a corrente elétrica e a potência, conceitos essenciais que lhe serviriam como base profunda para entender melhor esse mundo eletrônico. Primeiramente, entendi como a corrente elétrica fazia com que as coisas funcionassem. Comecei a entender, por fim, os circuitos, a programação e a lógica por trás de tudo aquilo.
Não obstante, continuei para a química. Aquela que explicaria como se dá a matéria e mostraria todo tipo de solução e fenômenos. Estudei a tabela periódica de cabo a rabo, aprendendo tudo sobre os elementos. Entendi ainda acerca das ligações químicas e de todo o mundo químico por trás do que existia. Compreendi os ácidos, as bases, os óxidos e os sais, primordiais para o estudo da química. Apliquei novamente a matemática em diversos casos, como por exemplo o calculo da concentração molar de equações químicas. Desvendei tudo o que podia e que estava velado pela ignorância. As toxinas, neste ponto, chamavam uma atenção especial. Aprendi muito sobre os tóxicos, a estrutura química deles e como sintetizá-los em laboratório. A farmácia também foi uma área bastante explorada por mim, analisando várias composições e também como criá-las dentro de um laboratório. Ainda sim, existia um conhecimento necessário para entender melhor sobre a farmácia.
Tal conhecimento estaria contido na biologia, a ciência que estuda a vida. Fui ainda mais fundo nos livros, numa disciplina onde pouco usaria de matemática e pouco poderia ser testado de forma tão simples. Os livros, amontoados, eram lidos um a um. Com as folhas que escrevi a mão até aquele momento poderia se publicar uma enciclopédia inteira, dividida em alguns volumes. A mão doía e a cabeça também, mas novamente determinei-me a continuar estudando tudo e quanto pudesse. Enriquecer de conhecimento nunca seria demais, não poderia desperdiçar uma oportunidade de estar numa biblioteca tão completa quanto aquela, não existia nada como aquilo. Quanto à biologia propriamente dito, foquei apenas no conveniente: os humanos. Entendeu melhor sobre as células, os tecidos etc. Ainda mais sobre como o corpo se comportava quando sobre estresse e tudo mais.
Finalizei, assim, a leitura de mil e cento e doze livros que ali contavam um pouco sobre a ciência. Era óbvio agora que sabia muita coisa de muita coisa. Minhas anotações eram extensas e minha cabeça pesava. Ainda existiam outras áreas a serem estudadas, mas o conhecimento adquirido já era mais que suficiente para o que tinha como objetivo. Na realidade, chegou a um ponto onde poderia entender qualquer coisa existente baseado apenas nos conteúdos estudados, tudo por indução. Depois de toda a maratona, levantei-me calmamente e andei para fora da biblioteca carregando minhas anotações em mãos. Finalmente tinha terminado todo o meu aprendizado. Uma semana se passou desde que pus os pés na biblioteca, me sentia bem. Continuei com a rotina durante toda aquela semana.

Depois de tanta aprendizagem teórica resolvi ir ao hospital para entender melhor sobre tudo aquilo que tinha lido. Pelo menos ali eu teria uma ideia geral do aprendizado que tinha tido até então. Andei um pouco até minha chegada ao hospital. Dentro dele, a primeira coisa que fiz foi procurar por um tutor, alguém que pudesse me ensinar mais sobre tudo o que tinha aprendido. Eis que vejo um homem alto e com aspectos de alguém mais velho. Me apresentei e logo ficamos amigos. Ele me disse para começar separando o veneno de algumas cobras para produzir o antídoto. Apesar de raro, algumas vezes acontecia de alguém aparecer envenenado por uma cobra ou algum tipo de inseto.
Me dirigi ao laboratório e lá utilizei todos os conhecimentos de farmacologia e biologia aprendidos via livros. Isolei diversos venenos dos mais variados tipos e os separei para que fossem usados como antídoto. Quando voltei a conversar com o homem, surge então um paciente precisando de cuidados médicos urgentes. Tomei a dianteira e tentei tratá-lo com um dos antídotos antes preparados por mim. Ele tinha sido mordido por uma cobra enquanto explorava uma caverna em meio as montanhas dos arredores de Kumo. Por sorte, como um conhecedor de biologia, eu sabia qual era a única espécie de cobra existente em um habitat como aquele. Com isso, foi possível tratar o doente com um dos soros que tinha preparado anteriormente. Percebi então o quanto aquela preparação foi impactante para a prática.
Depois daquela demonstração, M parece ter gostado das minhas habilidades. Fui levado por ele até seu laboratório, depois do expediente do hospital. Repleto de corpos recém adquiridos, era um tanto quanto misterioso. Resolvi não questionar sobre a procedência dos corpos. Ele me introduz a uma prática macabra, conhecida como a replicação de material genético. Ambientado com materiais médicos, recolhi parte do sangue de um dos homens ali mortos. Pus então num computador e iniciei uma pesquisa para descobrir qual gene em questão fazia aquele homem ter uma Kekkei Genkai. O gene em questão estava no que dizia respeito as condições ósseas do cadáver. Com uma pesquisa rápida, descobri que aquele tipo de padrão genético remetia a membros do clã Kaguya. Com uma máquina manipuladora de gene fui capaz de de transformar o sangue do paciente em um soro que alterava o DNA de quem o recebesse nas veias.
O homem assustou-se com minhas habilidades, não pensou que alguém pudesse tirar tanto conhecimento apenas de livros. Mas foi exatamente isso que eu fiz: transformei minha leitura em algo útil. Ele reconheceu minhas habilidades e apavorou-se o quanto eu poderia crescer com ainda mais conhecimento.