Flor Púrpura(Rank D)
Descrição: O Esquadrão Médico de sua vila esta desenvolvendo um novo remédio e precisa de uma flor rara só encontrada em uma montanha muito distante, sua missão é ir buscar essa flor para que a produção do novo medicamento seja iniciada

   Uma garota de cabelo azul encarava o quadro de missões indecisa e interessada, podia-se notar que seus olhos e corpo iam acompanhando a vasta "coleção" de missões uma a uma. Tomando seu tempo e sem se apressar lendo até 3 vezes caso não tivesse entendido direito finalmente a menina para, arranca um bilhete do quadro e parte para falar com algum superior com uma cara séria e decidida. Entretanto ser séria e decidida nunca ajudou muito Mary, mesmo com sua força de vontade toda tarefa que era solicitada a ela já começava com um desafio imenso que era conseguir se comunicar com alguém desconhecido.

   Os procedimentos que ela ia tomar a seguir, pela sua própria lógica, eram simples e ela já havia treinado em casa com algum tipo de urso de pelúcia improvisado centenas de vezes: "Com a missão você se dirige a porta calmamente e sem dar sinal de nervosismo, olhando sempre para o chão, bata três vezes na porta, não quatro pois isso irá parecer que está impaciente e 2 te fará insegura. Quando alguém abrir, estenda sua mão com a missão e diga algo como ‘Por favor’ ou algo do tipo e espere até que lhe seja autorizado".

   Ela estava de frente com a porta, suas pernas pareciam que iam sucumbir a qualquer momento e já estava engolindo seco então bateu na porta, três vezes como já havia ensaiado, quem abriu foi um homem alto e com a aparência por volta de seus 20, claro, não tinha como Mary saber disso, ela não tirava os olhos do chão por nenhum momento, então, subitamente ela falou:



- “POR FAVOR!” - Sua voz saiu tremula e nada como comparado aos seus treinamentos, cheirava a insegurança, como ela costumava dizer.


   O homem levou um pouco de susto, demorou alguns segundos para entender toda a situação e nesses segundos que pareciam horas para Mary ela conseguia ficar mais nervosa ainda e sua cabeça não parava de lançar pensamentos como “Você estragou tudo”, “Ele agora pensa que você é maluca”, “Por que você não foi menos direta?”. Então, no meio desses pensamentos ela ouviu o homem dizer:


- “Aaaah sim, você está aqui para pegar uma missão não é?” - Disse ele com uma voz acolhedora e simpática - “Pois bem, deixe me ver… Flor Púrpura hm? Esta missão realmente vai ser bem importante para a vila, escolheu ela por que gosta de montanhas ou por que gosta de flores?”


   Mary ficou sem reação, não sabia o que responder e sua cabeça era um branco, ela estava nervosa, não conseguia pensar em nada e respondeu:


- “Sim!” - Nem ela mesma entendeu o porque da resposta.



- “S-Sim?” - O homem repetiu um pouco desconfortável, teve a impressão que acabou falando demais, não queria deixar a menina sofrendo daquele jeito - “Pois bem então… você pode ir fazer esta missão, só tome cuidado, certo?”


- “SIM!” - Repetiu ela de uma maneira um pouco mais estranha, “estaria ela entusiasmada?”, pensou o homem.


   Logo após isso ela virou e foi embora sem nem mesmo dar tchau e deixou o homem um pouco desconfortável, claro, ela já tinha parado de se preocupar, para ela sua missão maior já havia sido concluída, estava feliz e finalmente poderia rumar para seu destino.
   Tempos depois de conseguir sua missão, ela passou em casa e se preparou, traçou uma rota em seu mapa meio envelhecido, porém funcional e não perdeu tempo para se rumar aos portões de Konoha, pelos seus cálculos anteriores ela demoraria 3 dias para chegar a montanha, mais 3 para voltar em um caminho seguro e mais 2 dias para subir e descer dela, caso ela abrisse mão de seu sono, a subida e descida demoraria apenas 1 dia e então após um "check up" mental ela colocou os pés para fora de sua vila, pela primeira vez sozinha.


   Mary começou seu caminho com muita alegria e só não saia correndo depois pelas consequências que sabia que ia sofrer pela fadiga. O dia era bonito, primavera nunca foi de se destacar pelo clima em Konoha, ela poderia apostar que fazia 18º e que iria continuar assim até sua volta para a vila.
   Em meio ao segundo dia ela ainda não conseguia ver a montanha o que lhe causava um pouco de preocupação e até agora nenhum evento de anormal havia acontecido, ela realmente estava feliz com a sua viagem sem turbulência, mas como tudo que é bom dura pouco, em sua pausa periódica ela começou a ouvir barulhos de conversa e movimentações bem próximos, ninguém muito esperto teria problemas para notar que talvez seja problema, Então Mary se apressou para guardar suas coisas e no momento que ia correr, ouviu:


- "Hey você" - Disse uma voz fina, lembrando uma criança

  Ela travou no instante, as pernas não se mexiam, "É um ótimo momento para se fingir de morto", pensou ela.

- "Você mesmo garota de cabelo azul" - Disse a voz mais uma vez e com um pouco mais de autoridade

  Conseguia-se ouvir os passos atrás dela, então não tendo mais para onde correr ela se virou:

- "P-pois não?" - Disse ela com a voz tremula

  Atrás dela tinha uma criança ruiva de cabelos arrepiados e com um semblante sério, após fazer a avaliação da pessoa, ela desviou o olhar, então o menino disse:

- "Você é bem bonita, né?" - Falou o menino com uma determinação estranha - "Seja minha namorada!"


- "Q-que?" - Ficou sem reação, não sabia onde se colocar

- "Sabe... namorada, a gente anda de mão dadas, se beijas e até... huhuhuhu, fazer alguns filhos! HAHAHAHA" - Dizia o menino, embora suas palavras parecessem de deboche ele parecia sério, e isso assustava Mary

  Após alguns segundos de vácuo até o menino estava ficando meio envergonhado após refletir alguns segundos de suas palavras, então após pensar um pouco Mary quebrou o gelo falando:

- "E-então... é... feche os olhos" - Disse ela um pouco confiante demais

- "F-fechar? IREMOS NOS BEIJAR? HAHAHA EU SABIA QUE DARIA CERTO!" - Disse o menino alegre enquanto fechava os olhos
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   Mary aproveitou o momento para entrar na mata e sair correndo, já tinha visto esta área no mapa antes então sabia exatamente para onde estava indo, ou pelo menos achava. Após 30 minutos de uma fuga de uma criança de no máximo 8 anos, Mary estava exausta e perdida, achava que sabia exatamente onde tudo ficava, porém se lembrou que seu mapa era antigo e deu um longo suspiro enquanto pulava de galho em galho para procurar uma estrada. Após 2 horas ela se esbarra em uma segunda montanha ligeiramente menor, ela lembrou do erro de seu mapa e então decidiu dar uma chance para a montanha, se essa montanha tivesse uma flor roxa ela não precisaria se preocupar tanto com o caminho de ida e volta.
   Por sorte, quando chegou ao topo, além de ver o por do sol ela conseguiu encontrar a flor que tanto procurava, deu mini gritos de alegria e antes que pudesse perceber, desmaiou. Ela já sabia o que isso significava, sua segunda personalidade ia tomar conta. Após alguns segundos tomou consciência com alguém bem familiar olhando para ela, o menino de antes.

- "VOCÊ ME ENGANOU! COMO PÔDE?! mas se aceitar minha proposta de namoro, eu talvez pense em te perdoar, hahaha!

- "..." - Ela tinha um ar mais sério, mais cheia de si - "HAHAHAHAHAHAHA! EU!? NAMORAR VOCÊ!? UMA CRIANÇA DE 8 ANOS? NÃO SAIU NEM DAS FRAUDAS AINDA E JÁ ACHA QUE SABE DE ALGUMA COISA! Bem, fique sabendo que eu não sou que nem aquela outra cachorrinha assustada e se você não quiser que sua família financie um enterro acho melhor você dar o fora"

   O menino estava em choque, não sabia o que havia acontecido com a menina que a pouco tremia ao falar e então saiu correndo o mais rápido que conseguiu gritando ofensas à menina.


- "Bem... era essa flor que a outra queria?" - Falou sozinha enquanto encarava a flor - "Ela até que tem bom gosto para missões..."

  Após coletar a flor, Mary começou sua viagem de retorno para a vila e após uma noite de sono já tinha voltado a sua personalidade normal. Quando chegou em Konoha se sentia revigorada e entusiasmada por ter terminado sua primeira missão, porém com o medo em ter que reportar o sucesso e ter que encarar o mesmo chunnin que lhe atribuiu a missão.

OFF:

Eu particularmente gosto de ser bastante objetivos nas missões, principalmente em uma rank D, porém você foi sensacional! Texto muito interessante e com uma bela narração, e fique avontade em continuar fazendo textos desse tamanho, menor ou até menor, isso fica aos seus critérios.

No mais parabéns, pode postar lá no banco o ganho dos 2.500 Ryous pela missão.