O vento era forte e incessante e castigava as partes descobertas do meu corpo, fazendo a pele dessas regiões enrubescer em demasia. Acabei seguindo pelo caminho do Norte e, aparentemente, havia sido o único a ir por aquele caminho, o que me deixou um pouco nervoso e me preocupado.

O fato da luz poder criar ilusões a quem a fitasse por mais que alguns segundos me fazia tremer. Algo manipulando a minha mente seria algo extremamente desagradável, ainda mais à noite e no meio do deserto. Por via das dúvidas, limitava-me a olhar a gigantesca coluna luminosa por dois segundos, contando nos dedos o tempo exato.

Caminhar pelo deserto no breu olhando para o chão era agoniante. A distância parecia não diminuir, como se eu andasse, andasse, andasse, mas não saísse do lugar. Tinha a sensação de que eu ficaria caminhando por dias e dias, até desmaiar de exaustão. Em algum momento do trajeto, desejei estar mumificado como os dois Shinobis na iniciação do evento, tamanha era a irritação que os micros grãos de areia desértica causavam ao atingir em conjunto meus braços e canelas em alta velocidade, fazendo meus membros formigarem sem parar.

Contava aproximadamente dois minutos para poder voltar a olhar a luz-guia tranquilamente, o que por vezes me tirava do caminho correto e fazia a caçada ainda mais longa e cansativa. Apesar de conseguir enxergar muito pouco, procurava estar atento a tudo que pudesse se mover ao meu redor, estando com a mão canhota preparada para sacar uma Kunai da bola presa à coxa direita a qualquer sinal de companhia.

Já havia perdido a noção de quanto tempo eu estava andando pelo deserto quando me lembrei do mapa que ganhei dos ninjas de Suna. Interrompi a caminhada e tirei o papel do bolso, desenrolando-o com as duas mãos. Busquei minuciosamente algum desenho ou símbolo que representasse algo além de areia, mas não tive êxito. Guardei o mapa no bolso novamente e suspirei de maneira profunda. Imaginando o que haveria no destino pretendido, reiniciei a caminhada, fitando a coluna de luz por mais dois segundos.

Já conformado de que eu estava perdido a muitos quilômetros de qualquer civilização, me dei conta de que a luz que ia até o céu agora refletia na minha pele suada e esfolada pelos grãos de areia, o que fez com que eu observasse o horizonte mais uma vez. Felizmente, a coluna parecia mais larga e ainda maior e mais brilhante, o que significava que eu estava perto de completar a primeira etapa.

Ignorando a dor nos pés e o cansaço, passei a correr na direção da luz, estando ela perto o bastante para que eu pudesse apenas sentir seu brilho, sem ter que olhá-la. O vento ali já não era mais tão forte, o que fez com que eu conseguisse correr mais rápido.

Ofegante e mais aliviado do que nunca, cheguei no local que o mapa marcava.

–– Espero que haja uma pausa para o lanche... –– Sussurrei para mim mesmo com sinceridade, enquanto removia o suor da testa com as costas da mão direita.

No entanto, antes que começasse a procurar algo para fazer naquele lugar, algo me chamou a atenção. Se tratava de uma estátua soterrada na areia. Parte de sua cabeça estava exposta na superfície. No lugar dos olhos, dois sóis se faziam presente, tornando a figura estranhamente assustadora.

–– O responsável por essa decoração deve ser demitido imediatamente! –– Exclamei em tom baixo enquanto me aproximava em passos lentos do monumento enterrado.

 200  ✶    200  ✶    6m/s  ✶    580

BOLSA DE ARMAS (20):

CONSIDERAÇÕES:

Alguns minutos após a minha chegada ao local marcado, um outro Shinobi se aproximou. Não me recordava de tê-lo visto na multidão que se reunira na entrada de Sunagakure, mas a julgar pelo seu tamanho e aparência, era um Gennin participante do Exame. Confirmando a minha tese, o garoto sentou-se no chão e começou a comer, o que me atraiu para o seu lado. Estava faminto e minha comida já havia acabado ainda no trajeto do País da Terra ao País do Vento.

–– Oi... Sou Yōgan, de Iwa... Será que você poderia... –– Comecei a proferir para o garoto, bastante envergonhado. Normalmente, falar com pessoas desconhecidas não era nenhum problema para mim, mas agir como um mendigo faminto me deixava embaraçado.

No entanto, interrompi o pedido quando avistei um segundo ninja se aproximando. Deste, ao contrário do primeiro, me recordei sem dificuldades, devido a sua maquiagem e tatuagens peculiares. O recém-chegado não se manifestou, talvez fosse antissocial ou coisa parecida.

Alguns minutos depois, avistei o último viajante permitido ao lado Norte. Alguns minutos depois, com a aproximação daquela pessoa, percebi que, na verdade, era uma Kunoichi. A garota de cabelo violeta finalmente nos alcançou e, assim como os demais, não se apresentou. Percebi que os três ninjas, mesmo sendo de vilas diferentes, portavam espadas na cintura.

–– Ah, droga! Esqueci a minha em casa... –– Lamentei em tom irônico, enquanto apalpava o lado direito da cintura. Na verdade, eu nem mesmo sabia como manejar uma espada e nunca havia me interessado, mas queria quebrar o iceberg que se formava ali.

Entretanto, quase imediatamente após o término da minha frase, senti um pequeno tremor no solo e então a estátua submergiu. Antes que eu pudesse raciocinar, a criatura de pedra ressurgiu, revelando-se uma enorme criatura semelhante a uma serpente petrificada, certamente medindo mais do que cinco metros, que prontamente começou a nos atacar. A besta visou um golpe horizontal em minha direção, que consequentemente atingiria também o ninja de Kiri. Raciocinando de maneira igual, deitamo-nos na areia, a fim de esquivar do golpe. Meu coração acelerou. Quase perdi a vida com menos de um dia na competição.

Aproveitei o momento que a criatura atacava os demais para rolar na direção oposta à da cobra e recuar em alguns metros com dois saltos para trás. O garoto de Kiri expelia uma cortina de fumaça negra na direção da besta e resolvi fazer alguma coisa também. Saquei da bolsa de armas uma Kunai e uma Kibaku Fuuda e colei o papel explosivo no metal o mais rapidamente que consegui, lançando a arma na direção da fumaça preta e torcendo para atingir a criatura de pedra e causar algum dano nesta. Imaginei que talvez a cobra pudesse submergir sem ser notada e nos surpreender por baixo, por isso, realizei alguns selos preventivamente e fiquei atento ao meu redor.

 200  ✶    190  ✶    6m/s  ✶    471

BOLSA DE ARMAS (20):

TÉCNICA PREPARADA:

Todos os ataques haviam sido inúteis e aparentemente irritaram a criatura petrificada ainda mais. Além das técnicas do elemento fogo desferidas – curiosamente – pelo Gennin de Kiri, nenhum outro aliado tinha demonstrado alguma habilidade que me fizesse acreditar que seria possível sair daquele local com vida, o que me deixou bastante preocupado, obviamente.

“Trabalho em equipe”. Meu pai repetia esta frase diariamente, mas como trabalhar com pessoas de países diferentes, que nem mesmo haviam se apresentado? Mal comecei a pensar e já fui interrompido por um pequeno tremor sob meus pés. Só tive tempo de realizar um único selo de mão antes que a besta emergisse da areia com a boca arregaçada o suficiente para me engolir sem nem mesmo sentir o meu gosto. Com um ganho momentâneo de velocidade devido à utilização do Shunshin no Jutsu, tentei saltar para o lado esquerdo, mas uma parte do corpo de pedra chocou-se contra minhas pernas, fazendo-me girar duas vezes no ar antes de cair no chão frio.

Com uma careta de dor, me levantei o mais rápido que pude. Minha visão estava prejudicada devido à cortina de areia levantada com o movimento da cobra, o que dificultava ainda mais a tarefa de derrota-la. Não sabendo o que fazer, apenas respirei fundo e permaneci parado, pensando numa maneira de parar aquele monstro do deserto enquanto ele se ocupava com os demais presentes. Tentando acompanhar o vulto que entrava e saía da areia, imaginei algo que poderia dar certo.

 200 - dano a ser definido  ✶    190  ✶    6m/s + Shunshin no Jutsu  ✶    245

BOLSA DE ARMAS (20):

CONSIDERAÇÕES:

TÉCNICA UTILIZADA:

TÉCNICA PREPARADA:

A cobra sumiu e eu também, indo para a torre mais alta indicada na mensagem.

 200  ✶    200  ✶    6m/s  ✶    15

BOLSA DE ARMAS (20):