"Mil novecentos e noventa e nove..."

Aquela contagem me parecia, sem antes contemplar a situação com meus olhos, algo puramente matemático e desconexo da realidade. Mas, ao me virar, me surpreendi com o que estava ali. Duas mil flexões? Pensei enquanto deduzia o que acabara de ocorrer, extasiado em surpresa. Eu mal tinha força para atirar uma kunai a dez metros sem errar e, não obstante, aquela menina aparentemente frágil e mais nova que eu proclamava tamanha perícia física. Não acreditei, como era de se esperar de alguém cético.

Parte irônico, parte duvidoso, disse-lhe: — Depois do 9 vem o 10 — o sorriso estampado em meu rosto mais revelava uma afronta grosseira que incerteza. E, no entanto, eu estava mais que disposto a conhecer a menina. Na minha bolsa esquerda, presa nas costas, tinha uma maçã; retirei-a e lancei em sua direção, observando veementemente que suas energias não estavam das mais altas. Com um pirulito de morango na boca, dei vazão à minha disposição:

— Me chamo Feitan.

Armas:

Feitan HP 450/450  CK 615/615

Aquele gesto pedia por uma reciprocidade, mas o máximo que consegui corresponder foi soltar um grunhido de desprezo. Havia admirado  tamanho vigor físico, mas uma interação tão rápida e conectada não me parecia adequado. Minhas maneiras tentavam ser, assim, cordiais com um leve aceno subsequente. Quebrando o gelo momentâneo que se cravara ali, perguntei com firmeza:

- Trocarias esse treinamento, que sei que queres continuar, por uma pequena luta comigo? - esperava que minha atitude grosseira enfim servisse para alguma coisa. Mas, acima de tudo, me mantinha cético quanto a essas duas mil flexões e grande magnitude física que essa menina teria. Isso seria tão verdade que uma pequena luta seria o suficiente para que eu provasse minha superioridade facilmente. Afinal, ser megalomaníaco não era lá uma vantagem nesses dias costumeiros.

- Garanto que não vai se arrepender. - Ou talvez quem fosse se arrepender fosse eu, no entanto atirei uma kunai em seu ombro esquerdo a fim de ganhar algum tipo de hostilidade instantânea. Minha força máxima não era das melhores, mas conseguia acertar um alvo a no máximo 8 metros. Esse não era o caso, estávamos a apenas 3.

Armas:

Feitan HP 450/450  CK 615/615

Aquela atitude de puxar a arma para si demonstrava agilidade e leveza de tal modo que fizeram-me ficar levemente surpreso. Em seguida, minha kunai voltou com talvez o dobro ou o triplo da velocidade em direção de meu peito: força não era meu forte, mas com uma agilidade considerável — e pelo caminho traçado ser um só — movi meu corpo com exatidão, de modo que a kunai passou direto, cravando-se numa tábua de madeira que havia logo atrás de mim. Uma pequena risada de satisfação se seguiu, ao passo que andei até o destino final e retirei o item de lá.

— Vamos ver se eu consigo cravar isso no seu peito. — o chakra já estava devidamente amassado e moldado, então só o que fiz foi tomar um impulso poderoso e ter recitado o pequeno mantra da agonia. A corrida acelerada visava engatar um chute lateral na cabeça de Konno, no entanto, havia algo mais. A kunai, na mão oposta ao pé usado, era rapidamente movida num movimento de soltura: além do chute, que provavelmente concentraria sua atenção em um lado do corpo, a arma era movida em direção de seu peito direito num movimento gracioso, certamente não uma ação não fatal.

Seja como for, buscaria me equilibrar e, entre saltos e desvios corporais com franqueza, tentaria retornar a uma distância segura de novos 5 metros. Alguns selos, então, poderiam ser vistos; o prelúdio de um treinamento perigoso e descuidado.

• Recuei 5 metros para pegar a arma, então voltei andando e usei o Shunshin. Ah, pouco importa, você pode defender de todo jeito!!!!!

Armas:

Jutsus:

Feitan HP 450/450 CK 610/615

Com um jingado de corpo e desvio sucessivo, consegui me afastar alguns metros, fazendo selos de mão o mais rápido que podia. Minha kunai fora apanhada em pleno ar outra vez, o que fez minha confiança trepidar um pouco nesse momento. Era excitante estar ali. Suas palavras seguintes, ao passo que sangue da boca dela se aglomerava em esferas — que tipo de habilidade era isso? —, foram ditas com relativa serenidade. Assim, não tomei intervalos para revidar com minhas próprias esferas.

O choque das balas de sangue com as balas de vácuo que atirei com rapidez e precisão não era muito ruidoso, mas logo se provou o fim da investida inimiga: continuei disparando, talvez algumas dezenas mais, meu jutsu no intuito de perfurar todo o corpo da kunoichi. Afinal de contas, não tinha a menor das esperanças que fosse acertar. Tomando atenção com o que sucedia no lugar e com ela, fiz novos selos e me preparei para uma nova investida.

— Estamos próximos de um clímax aqui, não?

Com um ódio que me era rabugento e inoportuno, fiz uma armadura de vento poderosa ao meu redor, seguida de uma tentativa de taijutsu, dessa vez bem mais amistosa. Parti em sua direção em velocidade máxima e tentei uma rasteira básica, seguido de um chute em seu ombro e um soco em seu rosto. Nessa última ação, tentava acertar um empurrão com a perna esquerda, almejando fisgar sua atenção em apenas uma das atitudes. Tentava, a todo momento, superar a força e o vigor da minha oponente com minha velocidade. Sabia, infelizmente, que não causaria muitos danos, mas era uma boa oportunidade de testar meu jutsu original.

• A precisão de meus golpes é aumentada pela armadura, lembrando. Fiz ataques normais só pra ter um sparring que eu disse que teria!!!!!!!!

Armas:

Jutsus:

Feitan HP 450/450 CK 510/615

Instigado pelos níveis elevados de consumo de chakra, por causa da armadura, ainda tentei debilmente avançar e acertar alguns socos. A rasteira, que se mostrara algo óbvio, fora evadida, ao passo que eu podia enxergar nela uma armadura vermelha — provavelmente seu sangue. Parei por alguns instantes para analisar a situação, mas ela apenas piorou. Tomei um pouco de distância com um pequeno salto e pude observar tentáculos poderosos se locomovendo com velocidade. Suspirei. Enfim, o meu fuuton era desfeito.

— Sua técnica de sangue é muito ruim, assim como seus movimentos. Imagino que sejas uma genin — como com esperanças de ter produzido uma boa impressão anterior, estava com um sorriso estampado no rosto, denotando a comicidade das minhas palavras e ironia nas intenções; continuei, afirmando uma verdade: — assim como eu. Nos vemos no Chunin-Shiken? Quem sabe como times, quem sabe como inimigos — nesse momento, apenas levantei a mão num sinal de despedida e comecei a me virar para ir embora. Não tinha afazeres ou contas a prestar, mas tinha uma leve sensação de dever cumprido.

Armas:

Feitan HP 450/450 CK 510/615