Eu fiquei parado um bom tempo. Segui-o com os olhos que tinha e antes que pudesse perceber, ficara para trás. Suas palavras me acalmavam, mesmo não sendo esta sua intenção. O que almejo não pode ser alcançado estando nas costas de outra pessoa. Precisava de um caminho, precisava trilha-lo, mas ele deveria ser próprio; não poderia seguir pelo mesmo que ninguém mais.
Depois de se abaixar e adotar a posição da lótus, típica na meditação, o eremita deixou escapar algumas palavras. Eu faria algo similar, já que ele estava disposto a me treinar. Desobedecer? Nem passou pela minha cabeça. Uma leve observada no seu corpo, a estrutura de seus músculos e a posição de suas articulações. Mesmo não tendo feito aquilo outrora, eu poderia imitá-lo.
Acontece que, a minha posição distanciava-se um pouco da que o meu mestre executava. Possuía outro nome, significado, mas o propósito era o mesmo. Abaixando-me com as pernas cruzadas, sentei-me. A coluna reta, os pés firmes e os joelhos apoiados no chão. Por fim, formei a mudra cósmica com as mãos e estabilizei minha respiração. Acho que foi meio instintivo, mas quando o fiz, meus olhos já se encontravam fechados. Isso era tão relaxante assim? E graças a posição Birmanesa, privei-me de qualquer dor. O êxtase quase me desviou do meu real objetivo, e por fim, quebrei as barreiras de minha própria timidez, alvejando meu mestre com palavras singelas.
— Está feito, mestre... — o pequeno aguardo posterior indicava que eu deveria adicionar algo a mais em minha fala. Afinal, eu nem sabia o nome dele, e por tanto, somente chamá-lo de mestre me trazia certo desconforto. — ... eremita-san? — concluí, envergonhando-me por dentro e esperando não ser julgado pela falta de conhecimento. Ele parecia ser um homem bastante apegado ao lugar, e Kumo não era tão grande assim. Eu deveria conhecê-lo?
O vento soprava suavemente e eu pude ouvir o som da água corrente. A beleza da cachoeira pode ser apreciada com outros sentidos além da visão. Perguntei-me interiormente o quão interessante aquilo poderia ser, e por quê esperei tanto tempo para presenciar algo assim. Mais um pouco e eu me tornaria uma dríade.
— Mestre, diga-me. É possível nos comunicarmos com a natureza? — a dúvida ingênua pairou pelo ar. Fui tão direto e sem segundas intenções que nem mesmo o som audível de minha voz quebraria nosso estado espírito atual, a menos que ele ordenasse. Por mais que não soubesse o que estava fazendo, sabia que o estava sentindo.
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